Alimentos a granel: Entenda os cuidados para comercializar
Uma concha de aveia em flocos, um punhado de semente de chia, e dois copinhos de cacau. Esse tipo de pedido é muito comum entre os clientes de comércio de alimentos a granel.
A venda de alimentos a granel vem crescendo muito no Brasil, e se tornando um ótimo investimento para empreendedores. Mesmo tendo como concorrentes grandes redes de supermercados, esses comerciantes vêm obtendo sucesso. Entretanto, é sempre bom lembrar sobre alguns cuidados básicos necessários para vender esse tipo de alimento.
O comércio de alimentos a granel
É cada vez mais comum observarmos lojinhas de produtos naturais vendendo alimentos a granel. Se você é daqueles que gosta de passear e fazer turismo em pequenas cidades do interior, vai ver muitas delas por lá.
E não é só o interior, não, mas as capitais e as grandes cidades também estão cheias delas. Especialmente em mercados municipais e feiras, onde milhares de pessoas buscam alimentos a granel para levar para casa.
Entre os alimentos que podem ser comercializados desta forma, estão:
- Frutas, legumes e hortaliças
- Cereais, massas e leguminosas
- Carnes, peixes, frios e embutidos
- Pães, café e afins
- Azeite, cerveja, vinho e leite
A pergunta é: por que mesmo com as facilidades das embalagens, tanta gente está voltando à uma prática antiga? Bem, podemos começar esta conversa dizendo que se trata da maravilhosa experiência de um breve retorno ao passado. Antigamente, os armazéns de secos e molhados eram as mais comuns, se não as únicas, formas de comprar.
Mas outros fatores também representam uma grande parcela para isso ocorrer. A responsabilidade ambiental e a melhora na saúde alimentar que a população busca, para si e sua família, são alguns deles.
Há ainda quem atribui essa preferência ao próprio sabor dos alimentos que, diz-se, seriam mais gostosos. E isso se refere não apenas aos industrializados, bem como aos vendidos nas prateleiras dos supermercados.
Por um ou por outro motivo, fato é que muita gente está migrando para esse tipo de compra, e adquirindo alimentos a granel. Aqui, nos cabe também falar sobre as obrigações sanitárias para esse tipo de comércio. Ressaltando que a responsabilidade não recai apenas sobre o comerciante, mas também sobre os fornecedores e sobre o próprio cliente.
A venda de alimentos a granel: cuidados com a higiene
A primeira questão que deve ser levantada está intimamente relacionada à higiene total do ambiente onde se vendem os produtos. Não apenas o espaço físico deve estar limpo e dentro dos padrões sanitários, bem como as pessoas que o manipula.
Além da equipe que trabalha no comércio de alimentos a granel merece grande atenção, mas não só ela. É importante salientar o trabalho de todos os envolvidos, desde o produtor rural até o ponto final, passando pelos fornecedores e transportadores.
Porém, é praticamente impossível que o cliente conheça todas as etapas até que o alimento a granel esteja à sua disposição. Portanto, existem algumas regras para que este tipo de produto seja comercializado.
São três as normas básicas que todo estabelecimento que comercializa alimentos deve seguir. São eles: RDC 216/2004 da Anvisa; Resolução RDC Número 275/ 2002; e a Instrução Normativa n° 16/2017.
Essas normas tratam da regulamentação técnica de boas práticas para serviços de alimentação no país. O objetivo das resoluções é garantir as condições higiênico-sanitárias do alimento preparado. Aqui incluem-se os alimentos crus, mantidos refrigerados ou à temperatura ambiente, expostos ao consumo.
Destaque para a Resolução n° 216, de 15 de setembro de 2004. O item 2.11, o Manual de Boas Práticas, é o documento que descreve as operações realizadas pelo estabelecimento. Nele estão incluídos, entre outros aspectos:
- Os requisitos higiênico-sanitários dos edifícios;
- A manutenção e higienização das instalações;
- Equipamentos e dos utensílios;
- Controle da água de abastecimento;
- Controle integrado de vetores e pragas urbanas;
- A capacitação profissional;
- Controle da higiene e saúde dos manipuladores;
- Manejo de resíduos;
- O controle e garantia de qualidade do alimento preparado.
Há também importante ênfase ao capítulo 4, no item 4.1.3 que trata das instalações físicas. De acordo com o Ministério da Saúde, piso, parede e teto devem possuir revestimento liso, impermeável e lavável.
Além disso, o item 4.1.8, que fala da iluminação da área de preparação do alimento. Ela deve proporcionar a visualização de forma que as atividades sejam realizadas sem comprometer a higiene. A luminosidade também não pode oferecer riscos às características sensoriais dos alimentos.
10 boas práticas para a manipulação de alimentos a granel
Na prática, os estabelecimentos comerciais que trabalham com alimentos a granel devem observar alguns pontos específicos. A atenção aqui dispensada é em favor dos clientes. O comércio deve zelar pela segurança alimentar dos consumidores, evitando danos à saúde destes.
Além dos pontos já citados anteriormente, elencamos outras 10 boas práticas que a gestão deve se atentar:
- Evite a incidência de raios solares sobre os alimentos
- Os equipamentos utilizados na manipulação dos alimentos, como canecas, potes e colheres, devem ser feitos a partir de materiais lisos e de limpeza simples e eficiente O intuito aqui é não transmitir odores ou sabores de um produto para o outro.
- É necessário que utensílios usados para armazenamento dos produtos, como dispensers e potes, estejam totalmente fechados, sem a entrada de ar neles.
- Etiquetas informativas e de identificação devem constar nos potes de armazenamento, contendo o nome do produto, peso e valor, por exemplo. A tabela nutricional não é obrigatória para produtos a granel, mas se torna um atrativo aos consumidores mais exigentes e detalhistas.
- Não deve haver contato de itens de higiene e produtos de limpeza com os alimentos.
- Atenção para o prazo de validade de todos os produtos. Não coloque produtos vencidos à venda por preços reduzidos ou com desconto.
- Todos os colaboradores que tiverem acesso aos produtos devem usar luvas e máscaras durante o processo de manipulação. Além disso, evite conversar, rir, tossir ou espirrar sobre os alimentos, impedindo, assim, a contaminação destes.
- Os manipuladores de alimentos devem usar toucas descartáveis nos cabelos, e não utilizar adornos, como esmalte, barba ou maquiagem.
- Cuidado extremo com as mãos do colaborador, que precisam estar sempre higienizadas, inclusive com o uso de álcool em gel.
- Os vendedores não devem mexer em partes do corpo durante a manipulação, como cabelo, nariz e boca.
E se você deseja saber mais sobre a manipulação e venda de alimentos a granel, entre em contato conosco. Solicite aqui um orçamento da All Feed consultoria de Alimentos.